Alegrem-se sempre no
Senhor. Novamente direi: alegrem-se! Filipenses
4:4
Dr Russel Shedd descrevia a Carta de
Paulo aos Filipenses, como a “Epístola da Alegria”.
Talvez alguém possa pensar; como podemos
ficar alegres, com uma pandemia assolando o planeta, milhares de pessoas
morrendo todos os dias, cristãos sendo perseguidos em vários países, fome em
vários lugares, desastres, guerras, etc.?
Mas ao examinarmos as Escrituras, e
vermos as condições em que Paulo se encontrava, veremos que a nossa alegria não
depende daquilo que está ocorrendo em nossa volta. Porque a nossa alegria é no
Senhor, é na comunhão que temos com Deus, é o
Fruto do Espírito que brota
miraculosamente em nós.
Alegrar-se no Senhor é a disciplina espiritual da Celebração e por
isto celebrar a alegria deve ser uma prática na vida de todo cristão.
Richard Foster em seu livro “Celebração
da Disciplina” ele propõe que “a celebração traz alegria
à vida, e a alegria faz-nos fortes. A Bíblia nos diz que a alegria do Senhor é
a nossa força (Ne 8.10)”.
Pr Gerson Borges em um
recente artigo para a Revista Ultimato escreveu: “A disciplina da celebração é
simplesmente a prática da alegria como descrita e ordenada na Bíblia. A alegria
está no coração do evangelho – desde o Advento, a encarnação do Cristo: “O anjo
lhes disse: ‘Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria,
que são para todo o povo: hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que
é Cristo, o Senhor’” (Lc 2.10-11).
Não tenha dúvida: a
celebração mora no coração da espiritualidade bíblica e evangélica.
Agostinho, na força da
sua vida de oração costumava bradar: “O cristão é um aleluia da cabeça aos
pés”, porque sabe que tem o nome escrito no Livro da Vida.
Sim, o reino de Deus é
uma festa! Estar no reino, pela benção da salvação imerecida, é comemorar e
comemorar e comemorar!
Henri Nouwen, no seu
livro mais conhecido e apreciado, A
Volta do Filho Pródigo, no qual medita magistralmente na parábola
de Lucas 15 e no retrato esplendoroso que Rembrandt fez da parábola das
parábolas, é muito feliz ao notar algo que frequentemente nos escapa. Ele diz,
comentando a musical e dançante celebração pelo filho que volta para casa: “Admito
que não estou acostumado à imagem de Deus dando uma enorme festa. Parece em
desacordo com a imagem séria e solene que sempre tive de Deus. Mas quando penso
nas diversas maneiras usadas por Jesus para descrever o reino de Deus, sempre
encontro no centro um banquete festivo” (Mt 8.11; 22.4, por exemplo).
A comemoração faz parte
do reino de Deus. Comer e beber com um sorriso largo, santo e grato! Sentar-se
alegremente com gente que amamos em torno da Mesa do Senhor e celebrar quem é
Jesus, o que ele disse e fez – até que ele volte. Até que ele venha. Nouwen é
muito feliz e pastoral ao acrescentar uma metodologia simples para o treino da
celebração: “Esta é a verdadeira disciplina. Exige escolher a luz mesmo
quando há muita escuridão para me assustar, optar pela vida mesmo quando as
forças da morte são tão visíveis e eleger a verdade mesmo quando estou rodeado
por mentiras. Sou tentado a ficar tão impressionado pela tristeza óbvia da
condição humana que não reconheço mais a alegria que se manifesta de diversas
maneiras, singelas, mas verdadeiras. A recompensa por escolher a alegria é a
alegria mesmo.” É assim que gosto de pensar, de abraçar e de vivenciar a
celebração cristã – a escolha da alegria em Jesus.