Senhor, o meu coração não é
orgulhoso e os meus olhos não são arrogantes. Não me envolvo com coisas
grandiosas nem maravilhosas demais para mim.
De fato, acalmei e
tranqüilizei a minha alma. Sou como uma criança recém-amamentada por sua mãe; a
minha alma é como essa criança. Salmos
131:1,2
O tema da revista
Ultimato dos meses de maio-junho é a (Re)descoberta da Serenidade. E eu resolvi
falar sobre isto em nossa devocional de hoje, porque no momento atual, vivemos
dias difíceis, e é imprescindível sermos alguém que possa agir de maneira
serena, calma, tranquila, que tenha a sua mente em paz, com equilíbrio
emocional e domínio de si mesma.
Na despedida aos seus
discípulos Jesus disse: “No mundo vocês sofrerão aflições, mas tenham
bom ânimo. Eu venci o mundo” (Jo 16.33).
Serenidade é estarmos em
paz, apesar das adversidades e isto não significa ficarmos de braços cruzados e
fecharmos os olhos para a realidade. Devemos fazer exatamente o contrário: A
serenidade nos fortalece para que possamos ter uma vida cuidando das pessoas,
sendo família, sendo igreja.
Quando nos convertemos,
somos revestidos de novas roupas, e a Palavra de Deus manda que, possamos
deixar manifestar em nossas vidas as qualidades da serenidade.
Em Cl 3.12-17 está
escrito: “Portanto,
como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão,
bondade, humildade, mansidão e paciência.
Suportem-se uns aos outros
e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor
lhes perdoou.
Acima de tudo, porém,
revistam-se do amor, que é o elo perfeito.
Que a paz de Cristo seja o
juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como
membros de um só corpo. E sejam agradecidos.
Habite ricamente em vocês a palavra de Cristo; ensinem
e aconselhem-se uns aos outros com toda a sabedoria, e cantem salmos, hinos e
cânticos espirituais com gratidão a Deus em seus corações.
Tudo o que fizerem, seja em
palavra ou em ação, façam-no em nome do Senhor Jesus, dando por meio dele
graças a Deus Pai.”
Na sabedoria cristã
antiga da Filocalia,
um compêndio de textos sobre a espiritualidade e a oração escritos por cristãos
entre o quarto século e o século 15, tem alguns conselhos que podem nos
conduzir à serenidade, apesar das aflições:
Um dos conselhos é que “A angústia faz os sábios se lembrarem de
Deus, mas esmaga aqueles que O esquecem”.
E em um momento onde
fake News e argumentos enganosos procuram nos confundir em nosso discernimento,
vem um conselho: “Há atos que parecem bons, mas a intenção não é; e há atos
que parecem maus, mas a intenção é boa. O mesmo vale para algumas afirmações.”
E finalmente um conselho
muito apropriado para nossos dias: “Em qualquer assunto, se tivermos
entregado nossa esperança a Deus, não brigamos mais com o nosso vizinho sobre
isso.”
Em 1912 o americano Reinhold Niebuhr fez esta oração em sua igreja ao final de
sua pregação: “Deus, conceda-me a
serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso e a sabedoria para discernir uma da outra.
Vivendo um dia de cada vez, apreciando um momento de cada vez, recebendo as dificuldades como um caminho para a paz,
aceitando este mundo cheio de pecados como ele
é, assim como fez Jesus, e não como gostaria que ele fosse; confiando que o Senhor fará tudo dar certo se eu me entregar à sua vontade; pois assim poderei ser razoavelmente feliz nesta vida
e supremamente feliz ao seu lado na eternidade.”
Que Deus nos ajude e tenha misericórdia de nós.